Iniciando no desenvolvimento do projeto, especificamente ajudando na migração para o Python 3, demorei algum tempo para compreender com alguma profundidade o que é o Baobáxia. Isso porque, tendo em vista as questões filosóficas por trás de sua concepção, bem como os paradigmas utilizados no projeto de sua arquitetura, o sistema abre uma ampla gama de perspectivas e conciliá-las não é algo trivial, ainda que seja fascinante.

Exatamente por isso, discutir tais perspectivas no âmbito da comunidade pode ajudar a dar um Sul para o projeto. Trago então as idéias abaixo, pensando em direções nesse universo, ou melhor, nessa Baobáxia de possibilidades.

Plataforma para aplicações distribuídas

Pensando a partir do alto nível, numa perspectiva de usuário, o que temos hoje é uma aplicação de controle de acervo de arquivos, programada para controlar as pastas dos repositórios de maneira bastante específica. No entanto, se pudermos por um instante pensar o Acervo como uma aplicação rodando sobre o Baobáxia como uma plataforma, poderíamos pensar em várias outras aplicações com diferentes estruturas de pastas e de dados gerenciados e distribuídos pelo Baobáxia.

Além disso, o foco já existente na eficiência do código e na simplicidade da arquitetura abre a possibilidade de aplicações para diferentes dispositivos, o que poderia permitir o desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis rodando sobre uma mucua local e distribuindo seus dados normalmente dentro de seu território/rota.

Nuvens nos territórios

Um cenário de aplicações e aplicativos rodando e distribuindo dentro de um ou mais territórios, independente da Internet poderia ser chamado de uma nuvem local, capaz de garantir a comunidade amplo acesso aos próprios dados, inclusive dados estatísticos para projeções e tomadas de decisões, e confidencialidade desses mesmos dados com relação a agentes externos. Um grande passo em direção ao que poderíamos chamar de emancipação tecnológica!

Protocolo de comunicação

Colocando os pezinhos no baixo nível, deparamo-nos com a ideia de Baobáxia-Protocolo. Quando falamos em "fazer um mundo digital mais do nosso jeito", criar um protocolo de comunicação de baixo nível é um marco muito importante, é estabelecer um domínio tecnológico para além do copiar/apropriar/adaptar, estamos falando de reinventar. Sobre isso, algumes camaradas iniciaram uma proposta, conforme este link.

Banco de dados não-estruturado

Metadados em json? Por que não quaisquer dados em json? Não faltam estratégias para indexação e se já estamos falando em usar Baobáxia como uma plataforma, resolver ali toda a parte de persistência, inclusive o banco de dados da aplicação parece razoável. Indo mais além, a versatilidade do Python nos permite pensar em interpretadores de arquivo para além do json (padrão por conta dos metadata), inclusive interpretadores customizados pelas aplicações, quando rodando dentro da mesma mucua.

Conclusão

Essas são apenas algumas das impressões de alguém que chegou agora e está encantada pelo projeto, mas uma coisa é certa: para que muitas mucuas orbitem essa Baobáxia, ela deve ser estável, por isso, o envolvimento de cada uma e de cada um é essencial!

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